Com emoção e revolta, a moradora de Sorriso, Cláudia Sarubo, deu voz a muitas famílias em situação semelhante ao tornar pública uma carta aberta ao governador Mauro Mendes e ao vice Otaviano Pivetta. No documento, divulgado nesta quinta-feira (22), Cláudia denuncia o descaso com a saúde pública no estado e cobra respostas urgentes do poder público.
Seu filho está há três dias internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sorriso, aguardando por um leito hospitalar que ainda não foi disponibilizado. Na carta, ela relata o sofrimento da família e questiona a prioridade do governo estadual, que investe em obras de infraestrutura e parcerias com hospitais privados de renome, enquanto a população agoniza nas filas do SUS.
“Vocês falam em progresso, em rodovias duplicadas e em trazer o Albert Einstein para o estado, mas como isso ajuda uma mãe que vê seu filho em uma maca sem atendimento?”, questiona Cláudia em um dos trechos mais contundentes.
A carta vai além da dor pessoal e se transforma em manifesto social. Ela denuncia a falta de leitos, medicamentos e estrutura adequada nos hospitais públicos, e afirma que a situação configura uma “violência de Estado”.
“Enquanto investem em obras que rendem fotos para campanhas, pessoas estão morrendo por falta de estrutura básica. Isso não é apenas incompetência istrativa — é violência de Estado”, afirma.
Cláudia exige medidas imediatas: leitos hospitalares para os pacientes que aguardam em condições precárias, hospitais regionais estruturados e transparência na destinação dos recursos públicos.
“Não escrevo por revolta, mas por esperança. Ainda acredito que um governo pode mudar quando pressionado pela voz do povo”, encerra, pedindo ação imediata.
A carta, que já circula amplamente nas redes sociais e aplicativos de mensagens, gerou comoção e mobilização na comunidade local. Entidades da sociedade civil e lideranças comunitárias estão se unindo para cobrar providências do governo estadual.
A pergunta que ecoa entre as famílias que enfrentam o problema no sistema de saúde público é a mesma que fecha a carta de Cláudia: “Até quando?”